Quase 900 carros e motos irregulares estão retidos no pátio da CMTU

Muitos veículos automotores que possuem alguma irregularidade técnica ou documental estão retidos no pátio da CMTU, que fica na zona sul do município. No local encontram-se 481 automóveis, 397 motocicletas e um caminhão. Os mais comuns são veículos de passeio e motocicletas de baixa cilindrada. Uma parte também tem “bloqueio judicial” e não pode circular pela cidade. De forma bem resumida, são veículos sob remoção, e a garagem municipal serve como guarda e depósito dos mesmos. A administração do local promove atendimento e instruções aos cidadãos e proprietários, liberações administrativas e leilão dos veículos não liberados. O atendimento ao público é de segunda a sexta-feira das 8 às 17 horas.
As remoções para o local, que foi instalado em 2021, são motivadas por infrações do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e pelas mais diversas situações, como veículos sem licenciamento, veículos em mau estado de conservação, veículos estacionados irregularmente ou abandonados em via pública, e condutor não habilitado, entre outras infrações.
Parceria - Todos os veículos que possuem restrições passíveis de remoção são retirados de circulação por parte dos agentes de trânsito da CMTU e também da Guarda Municipal, e são encaminhados (guinchados) para o pátio municipal. As operações de fiscalização são de uma parceria que envolve a Policia Militar, Guarda Municipal e agentes da CMTU com a finalidade de oferecer um trânsito mais seguro.
“Esses quase 900 veículos podem parecer uma quantidade grande apreendida, mas é pequena, quase insignificante, representa apenas 0,2% se comparada à imensa frota de veículos que Londrina tem”, salienta o agente de trânsito André Luiz Stabelini, que é o fiscal de contrato da CMTU no local há quatro anos, “praticamente desde o início da operação deste serviço em Londrina”. Segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), há 428.399 veículos emplacados ativos em Londrina.
“O pátio pertence a uma concessionária de estacionamento, mas todos conhecem como ‘Pátio CMTU’ porque é para cá que vêm os veículos apreendidos pelos nossos agentes e pela GM”, explica ele. A área total mede 30.600 metros quadrados, sendo que aproximadamente 15.000 estão destinados para a operação da CMTU, considerando as áreas cobertas e descobertas. Só de área coberta são aproximadamente 2.500 metros quadrados.
Segundo o agente da CMTU, somente neste ano, de 1º de janeiro até 16 de maio, foram removidos das vias urbanas de Londrina 269 automóveis, um caminhão e 260 motocicletas. Já o ano passado, 2024, fechou com 1.283 automóveis removidos, além de 667 motos e 7 caminhões. O ano anterior, 2023, foi pior em termos de carro e caminhão: foram registradas as remoções de 2.103 automóveis, 642 motocicletas e 20 caminhões.
Além dos funcionários da rotina diária e pela óbvia responsabilidade que o serviço exige, o pátio da CMTU tem segurança 24 horas por dia, sete dias por semana, sob a responsabilidade de uma empresa terceirizada. Há ainda portaria presencial e vigilância armada o tempo todo, além da vigilância eletrônica via CFTV.
Como reaver o carro – Para a liberação do veículo, o proprietário ou seu responsável legal precisa recolher as tarifas públicas de remoção e estadias fixadas na legislação municipal. A cobrança das estadias é limitada em 180 dias, em atenção ao Código de Trânsito Brasileiro. “E não existe um prazo máximo fixado para o veículo ficar aqui. A legislação de trânsito prevê que a partir de 60 dias recolhido poderão ser iniciados os procedimentos para encaminhamento a leilão”, explica Stabelini.
O valor das tarifas cobradas pela administração do pátio depende da classificação do veículo:
Motocicleta
- Remoção: R$ 109,64
- Estadia diária: R$ 28,58
Automóvel
- Remoção: R$ 243,11
- Estadia diária: R$ 48,88
Caminhões e ônibus
- Remoção: R$ 417,86
- Estadia diária: R$ 94,02
Ao final de seis meses um automóvel parado no pátio, por exemplo, pode acumular uma dívida de R$ 9.041,51. “Mas dificilmente [o veículo] fica tanto tempo assim aqui”, emenda o fiscal da CMTU.
“Existem inclusive os casos dos veículos popularmente chamados de ‘Bambu’ – explica ele –, que são carros adquiridos mais baratos que a tabela FIPE justamente por estarem sendo comercializados em nome de terceiros”. André Stabelini explica que estes carros ficam circulando nas ruas de forma irregular, cometendo infrações de trânsito até ser pego em operação (blitz) e ser removido ao pátio. “Na maior parte das vezes são veículos em estado de sucata que não pagam nem a despesa do leilão, e muito menos as tarifas do pátio”.
Além do recolhimento das tarifas públicas de remoção e estadias no pátio, para retirar o carro é obrigatório o pagamento de todos os débitos junto ao Departamento de Trânsito (Detran) e aos demais órgãos de trânsito. É preciso estar com o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) vigente para circulação, e efetuar as manutenções ou reparos necessários no veículo.
Nos casos de veículos com comunicado de venda, é necessário concluir o processo de transferência de propriedade. “E detalhe: a liberação do veículo é realizada exclusivamente para o proprietário que conste no CRLV ou para procurador nomeado em cartório que apresente procuração pública ou particular”, destacou o funcionário da CMTU.
Marcelino Jr. | Assessoria de Comunicação
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