Trabalho de coleta seletiva em Londrina é mostrado em Bogotá

Município conta hoje com coleta seletiva em 100% da cidade e distritos; Cooper Região é referência no Brasil e América Latina

Nos dias 13 e 14 de março, o assessor de Assuntos Estratégicos do Município, Luiz Figueira de Mello, esteve na Reunião de Cúpula Sobre Sistema de Reciclagem Inclusiva na América Latina e Caribe. O evento foi realizado em Bogotá, na Colômbia. Ele participou juntamente com a diretora–financeira da Cooper Região, Verônica Cardoso Costa de Souza, apresentando o trabalho realizado em Londrina.

A viagem, dos representantes de Londrina, foi custeada pelos organizadores do evento. Figueira contou que entre os participantes estavam ministros de Estado, prefeitos, governantes, lideranças e outros representantes de 18 países. “Londrina foi convidada por ter uma trabalho reconhecido, que já conta com 22 anos de construção coletiva e que atende, atualmente, a coleta seletiva em 100% da cidade e distritos”, frisou.

Ele ressaltou, ainda, que o reconhecimento ao trabalho feito em Londrina já rendou dois prêmios: “Del Água América Latina y El Caribe”, no México e “ Cidade Pró-Catador”. “Londrina tem história na área. Fazemos a coleta seletiva, porta a porta, com 7 cooperativas, mantendo a preocupação com a humanização do trabalho realizado pelos catadores. As cooperativas recebem do Município, pela prestação do serviço feito, subsídios para apoios administrativos e técnicos, assim como para compra de uniformes e equipamentos de proteção individual, repasse para o recolhimento do INSS e apoio financeiro para pagamento de locação dos barracões de armazenamento e triagem”, destacou.

Para o assessor, outro fator importante, que auxilia no reconhecimento do trabalho realizado na cidade, foi a criação da Central de Valorização de Materiais Recicláveis, que tem por objetivo agregar valor à comercialização dos produtos, em benefício das cooperativas. O trabalho é resultado  da parceria entre a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), cooperativas de catadores, Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados.

Expectativa-  Para melhorar ainda mais o trabalho realizado em Londrina, Figueira contou que a administração municipal está elaborando um Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos e trabalhando na perspectiva de que todo resíduo seja visto como insumo e, assim, ser tratado de forma adequada. Também está previsto que ações sejam implementadas no sentido de facilitar a prática correta de separação pelo gerador, a melhoria da quantidade e qualidade de reciclagem, incentivando a valorização dos resíduos e apoiar ainda mais as cooperativas para que aproveitem as oportunidades de negócios.

História - O assessor lembrou que, em 2000, quando começou a coleta seletiva em Londrina, 30 mil domicílios  eram atendidos. “A história mostra várias datas que merecem destaque. Em 2014, 500 pessoas atuavam nas 26 ONGs de reciclagem. Em 2009, foi feito um decreto que determinou que todos os geradores são obrigados a separar na origem o resíduo reciclável dos demais. Em 2011, teve início a formação de 6 cooperativas. Em 2010, o Município assina um contrato com a Cooper Região, hoje a maior cooperativa da cidade, responsável pela coleta em 88 mil domicílios. Em 2017, a administração colocou em funcionamento a Central de Valorização de Materiais recicláveis, com o objetivo de agregar valor na comercialização dos resíduos recicláveis, também foi ampliado para três anos, os contratos com as cooperativas e foi feita uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, que permitiu que  os agentes de saúde façam o trabalho de conscientização sobre a correta separação de materiais”, contou.

Cooper Região – A Cooperativa, que participou do evento em Bogotá, é  referência no Brasil e na América Latina, e responde por 38% da coleta feita no Município e conta hoje com 130 catadores. Verônica ressaltou a importância da Cooper Região participar deste evento internacional. “Fomos ao evento enquanto uma das melhores experiências do Brasil, feita em parceria com o poder público. Mostramos a capacidade e a profissionalização do catador enquanto prestador de serviço. Relatar a nossa experiência, serve como motivação para os demais gestores, para que vejam que é uma parceria que vale a pena e que fortalece o tripé: economia, ambiental e social”, disse.

Fotos: N.Com