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Marco na gestão de resíduos em Londrina, CTR completa 10 anos

Aterro no distrito de Maravilha está prestes a inaugurar sexta célula; desafio para os próximos anos é avançar nas buscas por soluções tecnológicas

  • Criado: Quinta, 18 de Fevereiro de 2021, 18h00

 

A Central de Tratamento de Resíduos (CTR), localizada no distrito de Maravilha, distante cerca de 30 km da área urbana de Londrina, completou recentemente dez anos de operação. Desde que o espaço começou a ser utilizado para a disposição do lixo domiciliar gerado na cidade, no dia 31 de outubro de 2010, cinco células já foram abertas para o recebimento do material. Com capacidade para aproximadamente 430 mil m³, a última delas deve atingir o volume máximo de uso entre abril e maio e, em seguida, a sexta vala – em fase de finalização – começará a ser manejada.

Foto: CMTU/Carlos Eduardo Ribeiro

Além das áreas para a armazenagem dos resíduos, a estrutura da CTR reúne – em um território de 30 alqueires – lagoas para tratamento primário de chorume, estações de queima de gases, galpões de compostagem, sede administrativa, guarita, cercamento e balança para a pesagem dos caminhões de coleta. Para dar destinação adequada às 411 toneladas médias de lixo geradas diariamente no município, 24 trabalhadores têm expediente no local, sendo 19 apenas para a operação do aterro.

Em 2020, a Prefeitura de Londrina investiu, por meio da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), R$ 6.437.488,85 na CTR. Os valores incluem os custos com operação e manutenção das células, portaria, tratamento do líquido originado da decomposição dos resíduos, conserto da balança e construção da sexta vala. Os recursos aplicados são oriundos do Fundo de Urbanização de Londrina (FUL), gerenciado pela CMTU e alimentado em parte pela taxa de coleta de lixo cobrada no IPTU.

Histórico – Inaugurada após amplo estudo técnico envolvendo a Prefeitura, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Ministério Público (MP), a CTR foi a saída encontrada para resolver o passivo ambiental e interromper a utilização do Aterro do Limoeiro, situado na Estrada do Limoeiro, zona leste de Londrina. O local foi utilizado entre 1975 e 2010 e, ao longo dos anos, acumulou problemas.

A presença de catadores em meio ao lixo, garimpando recicláveis e itens de valor; a falta de controle sobre os materiais depositados; reclamações da comunidade; contaminações do solo e imbróglios com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) devido à presença de urubus no espaço aéreo nas proximidades do Aeroporto José Richa, levaram à desativação do Limoeiro e à escolha da área rural no distrito de Maravilha.

Foto: CMTU/Carlos Eduardo Ribeiro

A inauguração do novo aterro representou importante salto na gestão de resíduos em Londrina. Na CTR, o preparo das bases e taludes das células é realizado com uma energia de compactação que, pelas características do solo, já garante boa impermeabilização. Além disso, as valas são cobertas por mantas protetoras de polietileno de alta densidade. Elas são presas com técnica de soldagem por termofusão, evitando assim que o chorume penetre a terra e contamine o lençol freático da região. O espaço possui ainda três poços de monitoramento onde, trimestralmente, são realizadas análises para verificar a efetividade do mecanismo.

Efluentes – Também conhecido como lixiviado, o chorume é um líquido com elevada concentração de substâncias tóxicas, gerado a partir de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos. Em 2020, a média anual de geração do efluente na CTR foi de 87 m³ por dia. O composto é drenado da área de disposição do lixo e vai direto para os cinco tanques de armazenagem instalados no local. Um deles tem capacidade para 4.800 m³, enquanto os demais comportam até 2.400 m³.

O trabalho de devolução do material à natureza é realizado na CTR de duas formas diferentes. Uma delas – que garante, em épocas menos chuvosas, até 70% de perda por evaporação – é a técnica de recirculação controlada. O serviço consiste em retirar o líquido das lagoas e em seguida aspergi-lo sobre o maciço. O outro procedimento, de coleta, transporte e tratamento do chorume, é realizado externamente por empresa terceirizada contratada em licitação.

Foto: CMTU/Carlos Eduardo Ribeiro

Compostagem – Parte dos resíduos encaminhada diariamente à CTR é transformada em adubo. Os caminhões despejam o material em galpões, onde ele passa por uma peneira rotativa que separa de forma primária o orgânico dos demais resíduos. Em seguida, os restos de alimentos são misturados a galhos triturados – procedentes do trabalho de poda de árvores executado pela CMTU nas ruas da cidade – a passam aproximadamente 25 dias em repouso.

Na sequência é feito novo peneiramento e o composto vai para as leiras de compostagem, onde é revolvido e passa por controle de temperatura e umidade. Após isso, mais 65 dias de descanso para, finalmente, um novo procedimento de separação das partículas mais grossas. Depois de todo esse processo, enfim o adubo está pronto para ser utilizado. O material é empregado na própria CTR para o plantio de grama e de mudas de árvore. Somente no ano passado, 1.400 mudas de espécies nativas da região foram plantadas na área de preservação permanente (APP) do local.

Desafios – Projetada para durar até 2040, a vida útil da CTR depende fundamentalmente da redução da quantidade de resíduos recicláveis encaminhados às células. A estimativa é que, atualmente, em torno de 30% dos materiais levados para lá é de vidros, plásticos, papéis e outros itens passíveis de reaproveitamento.

A principal dificuldade nesse processo é a segregação do material nas residências. Muitos moradores não têm o hábito de fazer a separação do lixo, ainda que a coleta seletiva esteja disponível para 100% do município e atenda todos os bairros semanalmente. Para os próximos anos, o desafio do espaço é avançar na busca por soluções e novas tecnologias capazes de transformar o lixo em energia elétrica e térmica, de forma a reduzir ao máximo o passivo ambiental da cidade.

Texto: Danylo Alvares – Assessoria CMTU

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