Central de Valorização de Materiais Recicláveis movimenta 140 toneladas em 53 dias de funcionamento
Material repassado pelas cooperativas de catadores resultou na comercialização de 17 mil quilos de produtos processados
Passados 53 dias do início de operação, a Central de Valorização de Materiais Recicláveis (CVMR) de Londrina chegou à marca de quase 140 toneladas de resíduos recebidos das cooperativas que integram a coleta seletiva na cidade. Deste total, cerca de 17 mil quilos foram processados e comercializados ao custo de R$ 5.758,59. O restante do material permanece estrategicamente estocado. O objetivo é que as transações ocorram num momento de elevação do valor comercial dos itens, de modo a garantir o melhor preço de venda possível.
Segundo Vinícius Marques Campos, supervisor administrativo da CVMR, o empreendimento já ultrapassou a etapa inicial de adequação de procedimentos, maquinário e da estrutura física do espaço. “Estamos agora na fase de operação, funcionando a todo vapor. Já temos compradores para 100% dos nossos produtos e a expectativa é que o volume comercializado só aumente daqui para frente”, destacou.
De acordo com o supervisor, a diferença entre o volume de recicláveis recebido e vendido ocorre porque, atualmente, a Central aguarda o aumento no preço pago pelos compradores. “Os valores de mercado variam muito e, como o nosso objetivo é assegurar uma boa margem de ganho, a intenção é realizar os repasses apenas quando efetivamente for vantajoso para nós”, frisou.
Para Eliene Moraes, analista ambiental da CMTU, o balanço dos primeiros 53 dias é bastante positivo. Ela avalia que o empreendimento está se consolidando e que o processo de aprimoramento da produção tem sido constante. “Considerando o período inicial de treinamento dos trabalhadores e de testes das prensas e outras máquinas, podemos dizer que o resultado é excelente. A tendência é só melhorar”, ressaltou.
Campanha - Para aumentar o volume de materiais recolhidos pelos catadores e encaminhados à Central, a CMTU pretende, nos próximos meses, iniciar um trabalho se sensibilização dos moradores para a coleta seletiva. “Queremos desenvolver, por meio do trabalho porta a porta dos agentes de endemias, uma grande campanha de mobilização. A intenção é ampliar a coleta e reduzir a quantidade de itens recicláveis conduzidos à Central de Tratamento de Resíduos (CTR)”, contou Eliene.
Para atingir o objetivo, a companhia realizou um trabalho de capacitação com os agentes de combate ao Aedes aegypti. O treinamento, ministrado entre os dias 14 e 22, envolveu informações sobre a relação entre o acúmulo de lixo e a proliferação de focos do mosquito da dengue. “Os servidores receberam orientações sobre como instruir a população a separar corretamente os resíduos recicláveis. É uma questão de saúde e meio ambiente, já que participar da coleta seletiva contribui diretamente com a diminuição de potenciais criadouros do mosquito”, disse a analista ambiental.
Eliene afirmou que a iniciativa de conscientização deve ocorrer em toda a cidade e vai contar com a distribuição de panfletos e cartazes nas residências e condomínios. O material informativo será confeccionado com o apoio da Tetra Pak, empresa que já mantém parceria com poder público local para a execução de ações educativas.
Sistema de coleta - Diversas vezes apontado como referência nacional e internacional, o programa “Londrina Recicla” atende hoje toda a área urbana do município, além dos distritos e patrimônios rurais. Conhecido por aliar os benefícios da coleta seletiva à inclusão social dos catadores, o sistema é operado por sete cooperativas e gera trabalho e renda a cerca de 400 trabalhadores.
Fiscalizadas pela CMTU, as entidades de recicladores precisam prestar contas ao Município sobre os serviços realizados. Eliene Moraes orienta que os moradores, caso identifiquem falhas no atendimento, como falta de coleta ou recolhimento em dias indevidos, entrem em contato com a companhia pelo telefone 3379-7900 para relatar a situação.
A partir das informações repassadas, os fiscais cobram das cooperativas a resolução do problema. “É bom lembrar que a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Código de Posturas do Município colocam a segregação do lixo como obrigação de cada indivíduo, domicílio, indústria, comércio, órgão público ou privado. Portanto, nosso apelo é para que as pessoas não deixem de colaborar com a coleta e, principalmente, falem com a gente sobre eventuais falhas no serviço. Assim conseguimos aprimorar as atividades, contribuindo com os catadores e a Central”, ressaltou.
Histórico - Localizada no Parque Industrial José Belinati, região norte de Londrina, a CVMR é uma realização da companhia, das cooperativas de reciclagem, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza (ABIPLA) e Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI).
São atribuições da CMTU no empreendimento, o aluguel do barracão de 2 mil m² que abriga a Central, a fiscalização das atividades e a orientação dos moradores quanto à correta separação dos detritos gerados nos domicílios. O funcionamento da CVMR, que conta com recursos das empresas filiadas às associações, integra a obrigatoriedade das indústrias em realizar, com o apoio do poder público, ações e procedimentos visando o retorno dos resíduos sólidos à cadeia produtiva.
Foto: Divulgação - CMTU
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